segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Desenvolver que atrai o retroceder


Em meio a uma enxurrada de dizeres sobre preservação do meio ambiente, cuidado com o solo e outros discursos que encontramos em variados meios de comunicação, uma situação que assola o capitalismo atual é a produção exacerbada e pouco consciente que participamos ativamente.
Esta participação está em alimentos consumimos, em roupas que vestimos e em utensílios que julgamos de primeira necessidade. Somos criadores, conscientes ou não, de nosso próprio retrocesso. A superprodução animal e vegetal que retrata o mercado brasileiro, pode trazer benefícios rentáveis em curto prazo mas, em contra partida, danos irreparáveis e médio e longo prazo.
A cada plantação que temos orgulho de dizer que batemos recordes a cada ano, porque sustentamos países ricos em tecnologia, que assolam o mundo já contaminado, com ainda mais lixo poluente. Degradamos o bem que nos foi dado em abundancia, mas que agora nos mostra escasso.
Agrotóxicos que poluem lençóis freáticos são ditos como necessários para o sucesso da produção. Apesar de existirem métodos eficazes de manejo consciente, como o uso de adubos orgânicos, de origem animal e vegetal e corretivos de solo como gesso e calcário, que melhoram as propriedades físico-químicas e biológicas do solo, porém, ainda assim o uso de agrotóxicos permanece líder no manejo.
Medidas simples como o correto manejo do solo, evitar o uso de grades, a adubação orgânica e o plantio direto de culturas como soja, milho, sorgo, deixando a palha da cultura anterior sobre o solo, mantém assim a umidade do solo por um tempo maior e melhora a atividade microbiana do solo por meio da decomposição dessa matéria orgânica.
Outra possível medida de preservação de solos ainda produtivos no Brasil é a rotação de cultura, que é a entrada da cultura subseqüente diferente da cultura anterior, fazendo com que diminua pragas e plantas daninhas, o que demanda em um menor uso de agrotóxicos e herbicidas e, consequentemente, uma menor contaminação do solo.
O fato é que a lixiviação também é uma forma de contaminação das águas subterrâneas enquanto o escoamento superficial tem papel fundamental na contaminação das águas superficiais. Então o que se deve fazer é avaliar declividade do terreno, e se necessário, fazer curvas de nível pra conter esse escoamento que leva resíduos de agrotóxicos para os rios e nascentes. Deve-se evitar ainda o manejo em áreas próximas a margens de rios.
Pensar de forma coerente pode ser um tanto quanto trabalhoso e, possivelmente mais caro e desgastante, porém, medidas estas são necessárias para o Brasil manter-se apto a desenvolver sem retroceder.

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