Em meio a um emaranhado de gritos e buzinas, encontro um palhaço, um tanto quanto cansado, mas tem em seu semblante uma imagem de um homem feliz, que muitas vezes, se esconde atrás do cansaço da vida, do homem ou da vida humana.
Em suas mãos, carregava alguns docinhos e pirulitos que me fizeram voltar no tempo, num momento onde não lembrava mais que tivesse existido. Seu cantarolar encanta alguns, mas a outros nem ao menos dispersa. Seu sorriso se renova a cada sinal vermelho, onde recebe seu ganha-pão, e é feliz, em seus momentos com plateia.
Quando me olha, parece meio assustado, mas aquele olhar acanhado logo dá lugar ás palavras sábias e doces, de um velho senhor viajante, que muito conhece da vida e que sabe dar valor tanto a cada centavo quanto a cada sorriso que recebe naquela tarde onde o sol não dá descanso.
Com seus 56 anos de pura experiência, já passou de garçom a motorista, e hoje persiste em arrancar sorrisos nos mais diversos lugares, por todo país, em ruas bem mais barulhentas do que a Avenida Presidente Ernesto Geisel da Cidade Morena.
Suas aventuras deixam um brilho nos olhos, que são únicos desse grande homem que hoje se apresenta como o Senhor Palhaço e faz de sua vida, motivo para muitos outros sorrisos. Usa de sua energia, não só para ganhar o pão, mas sim para conhecer pessoas e lugares. Um senhor que se antes não era feliz, hoje faz a alegria nos estressantes sinais da Capital.
"Heleno é natural do Nordeste, mas viveu boa parte de sua vida na cidade de São Paulo. Está há mais de oito anos com seu trabalho nas ruas. Tem amor pelo que faz, mesmo estando longe de sua família"
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